Observação: O caderno de questões será disponibilizado gratuitamente no formato digital a partir do lançamento do livro.

SOBRE O LIVRO:
Como quem anda pela vida ou pelas ruas da Bahia – esse território com imensa capacidade de estabelecer fronteiras com o mundo todo, em BABÁ ALAPALÁ, CAMINHOS E ENCANTOS, Gildeci de Oliveira Leite nos convida a percorrer com ele um universo fabuloso. Por um sinuoso roteiro, em que o singular às vezes se revela no banal, a realidade, temperada pela imaginação, parece querer nos ensinar, como na belíssima canção de Paulinho da Viola, as “formas de se viver”.

Encarada com uma agitada serenidade, a pluralidade do mundo se
projeta na diversidade de uma escrita ágil, disposta a captar no ritmo de muitos compassos a energia de saberes e sabores com que o presente e o passado compõem o repertório de uma cultura viva que, nas encruzilhadas da sorte, tem sabido escolher o caminho da resistência e da dignidade. Entre as crônicas e os textos de opinião, o estilo indefinido se converte em um aliado para as lutas a que o autor não se furta. Assim podemos ler suas observações sobre as polêmicas em torno de Jorge Amado, sua defesa de um projeto para integrar Mestre Didi nas salas de aula, sua efetiva preocupação com as políticas de inclusão, em cuja pauta se insere o respeito aos patrimônios afro-brasileiros, objetos de sua paixão.
Na escrita, que corteja tão nitidamente as linhas da oralidade, Gildeci alerta para a necessidade de alianças, sem, contudo, se afastar do compromisso. Ao contrário, por águas revoltas, ele navega com a convicção de quem, temendo o gueto, reconhece que o que nos faz melhores é “o nosso poder de inclusão, nosso poder de conquistar pela cultura, pela arte, pelo afago, pelo amor, algo como os poderes de Oxum, Iemanjá, Nanã”.

Rita Chaves
USP – Universidade de São Paulo