“Logo nas primeiras páginas nos damos conta que a escrita da autora traduz o seu olhar de antropóloga, e que este se abre ao diálogo com uma multiplicidade de fontes que se impõem como pontes epistemológicas para a elaboração de uma síntese para um tema tão vasto: o da construção dos processos de identificação e suas etnogêneses. Por meio das tessituras narrativas entre conjuntos de linguagens distintas, o leitor se vê instado a criar uma interlocução com a clássica sociografia do antropólogo americano Marvin Harris (Tow and Country in Brazil: a socio-antropologival study of a small brazilian town, de 1956), com o documentário precioso do diretor Antônio Olavo (Quilombos da Bahia, de 2004), bem como com a primeiras etnografias sobre o campesinato negro brasileiro e baiano.”

Lídia Cardel