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SOBRE O LIVRO:
A autora do livro que o leitor tem em mãos partiu da resistência das comidas “do povo” para demonstrar sua historicidade, para ela comer “(…) é um ato profundamente social. Muito mais complexo que satisfazer uma necessidade fisiológica do corpo”. Como social, elaborada historicamente, produzida dentro da complicada teia de conflitos que marca a produção do “homem humano”.
Por trás da escolha de cada comida – um cuscuz com carne de bode, por exemplo -, está a temporalidade formadora de gentes. Temporalidade que não existe sem uma geografia, sem um lugar onde as gentes possam soltar o corpo, produzir culturas, ter fome. Fome que é matada a partir das coisas que surgem no horizonte, dos animais mais adaptáveis, das plantas experimentadas, de hábitos trazidos de outros cantos. Comer que produz histórias, consolida memórias, forma culturas no lugar morado.
O livro narra uma cozinha sertaneja, cozinha que veio de viagens diferentes e empreendidas por diferentes motivos: formada pelas gentes pretas sequestradas da África, ou índias espoliadas de suas terras aqui no Brasil; também das gentes chegadas da Europa, sequestradoras dos primeiros, espoliadoras dos segundos. Não é uma comida que surja de relações democráticas entre raças, nasce do conflito, do sequestro, da espoliação. No nascimento de um prosaico peixe moqueado estão presentes memorias de conflitos, medos da fome, necessidades de comer em fuga.