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A alimentação é um dos temas que nos últimos anos mais tem despertado o interesse de vários campos de estudos. Aos poucos, a visão meramente biológica e fisiológica sobre o alimento vai sendo enriquecida por leituras realizadas a partir da História, da Economia, da Sociologia, da Política, da Geografia, da Gastronomia, da Arte, da Antropologia, da Teologia, dentre outras. Reflexões que até certo tempo ficavam restritas ao alimento, hoje se refere ao comer, à comida e à comensalidade entendida como a maneira como o grupo social cria relações a partir dos “de comer”. Os “de comer” refere-se àquilo que se come, mas diz respeito também ao que “não se come” e ao “não come”, este último reservado a ocasiões especiais, a exemplo das chamadas comidas remosas ou interdições que recaem sobre determinado grupo num determinado período como a Sexta-feira Santa, quando os católicos não comem carne, e no Ciclo das Águas de Oxalá, quando o povo de candomblé não come azeite de dendê.
Referência indenitária, a comida ocupa lugar central na vida das sociedades. Acertadamente este foi um dos principais motivos pelo qual desde cedo, nas civilizações antigas, ela se tornou objeto de adoração. Fato é que, a cozinha de um povo, entendida no seu sentido mais amplo, reúne em si visões de mundo escritas em seus hábitos alimentares que só podem ser entendidas a partir de um olhar interdisciplinar.
Talvez somente assim consigamos, de fato, elevar ou perceber a comida como um “fenômeno social total”.
–Dr. Vilson Caetano de Sousa Júnior
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