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Sobre o livro:
Em uma escrita sensível no olhar e firme nos enfrentamentos a que se propõe, Eugênia Bengard nos leva às sensações e tensões da vida exposta de quem faz da luta uma afirmação de dignidade nas ruas da cidade negra de Salvador. Mais que isso, a partir do esforço de ecoar as falas de seus interlocutores, que conduzem o livro, ela reposiciona o modo de conceber juridicamente moradia, habitação e casa, a partir dos saberes da população em situação de rua.
O que se vê é uma profundidade interdisciplinar que muito contribui para futuras pesquisas dentro e fora do direito. No livro, a autora expande os horizontes metodológicos do direito à cidade e contribui para driblar lacunas de produção científica em um tema que exige radicalizar a pauta dos direitos humanos e compreender os efeitos perversos que categorias jurídicas podem produzir.
Eugênia se implica com os sujeitos, suas memórias, concepções, sentimentos e aspirações, que desde um quadro heterogêneo, ajudam a repensar as bases de políticas públicas, não só a habitacional, sem perder o olhar crítico às violências cotidianas. E isso só foi possível pela experiência de educação jurídica popular, historicamente ignorada nos caminhos oferecidos nas faculdades de direito.
Para além dos números – indispensáveis para seguir enfrentando a invisibilidade dessa população – ela capta a diversidade de olhares sobre liberdade, desejo, trabalho e família. Assim, revela como as distintas formas de adotar a rua como casa e rearticular redes afetivas e comunitárias, longe de romantizar a rua, impacta na reconstrução do conteúdo dos direitos
Vinícius de Assis Romão.
Peso | 98 g |
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