Sobre o livro:

Quais as consequências de uma “política do silêncio” sobre comunidades quilombolas no Brasil? Gildemar Paixão, advogado popular, quilombola aponta que “Tudo isso é tão grave que a Constituição de 1988 silencia a escravidão que aconteceu em nosso país e que durou cerca de 388 anos, ou seja, o documento mais importante de um país democrático, que em sua forma tem o ato, processo ou efeito de constituir e ocupa o topo da hierarquia do direito de um Estado, simplesmente não cita, em nenhum momento, o que aconteceu em território nacional durante mais de 300 anos.” […]

Este livro vem na esteira da Coleção Monográficas na área do Direito e Gildemar Paixão tem em comum com o famoso autor dos “Condenados da Terra” a capilaridade entre academia e engajamento político, e a coragem de gerar o incômodo inclusive nos movimentos sociais, políticos e intelectuais do século XX no Brasil pois “quando finalmente o silêncio da palavra é quebrado, neste contexto, em 1988, este se apresenta no corpo transitório da Constituição, com somente um artigo garantindo, de forma vaga, somente um direito, de forma textual, formal e explícita, qual seja o direito à terra.” 

Prefacio por: Sara da Nova Quadros Côrtes (Professora da UFBA)