SOBRE O LIVRO:

Tudo começou assim…

O Instituto Mãe Lalu, em 2021, iniciou suas atividades implementando o Projeto Vamos todos  Cirandar, utilizando-se de cantigas de roda, brincadeiras, jogos, expressões artístico-culturais e  saberes ancestrais, como estímulo à aprendizagem de crianças e adolescentes, estudantes de escola  pública, residentes em comunidades quilombolas que compõem o Vale do Iguape – Cachoeira/Bahia.  

Em 2022, durante a Ciranda da Saúde, a cantiga “Samba Lelê” é destacada na sequência  didática norteando atividades interdisciplinares, para, a partir da desconstrução/ressignificação da ideia  contida nos versos “Samba Lelê tá doente, tá com a cabeça quebrada. Samba Lelê precisava é de  umas boas palmadas…”, despertar sensações e sentimentos; estimular o cuidado com o corpo e o lidar  com as emoções, reconhecer valores e padrões de comportamento, promover mudança de hábitos. 

Para dar “corpo” e “vida” a “Samba Lelê”, um boneco foi carinhosamente confeccionado por Oracy Suzarte (Coordenadora) e Jô Miranda (Professora de Arte). Depois do giro pela ciranda, num  passe de mágica, ele ganha “personalidade”, cura suas dores, e depois de uma linda eleição recebe um  novo nome: “Samba Lelê” passa a se chamar Melzinho, tornando-se, desde então, o mascote do  Instituto. 

Como mascote, ele vira o centro das atenções e objeto motivador para o ensino e aprendizagem  durante as cirandas, sendo acarinhado, cuidado e integrado às brincadeiras das/com as crianças e até  ao cotidiano. A cada Ciranda, Melzinho passa de mão em mão até que uma das crianças o abraça e diz:  “Hoje ele vai comigo né Pró?”… 

Com Melzinho nos braços e a alegria no ar, a imaginação ganha asas com poder de estimular a  criatividade e a fantasia, ativando memórias e revelando diferentes modos de contar histórias,  visualizar cenas, personagens e situações de forma viva, expressiva e cativante. Nesse universo  fantástico, entre rimas e versos, as autoras descrevem as aventuras de Melzinho, que é o narrador  personagem ativo da história, embora a voz que ecoa na narrativa é das crianças que o transformou  num mascote amigo, companheiro e cheio de afeto. 

Texto por: Odezina Suzarte e Oracy Suzarte